O G20 e a Juventude Socialista.

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Renzo Mascote – Mestrando em Filosofia pela UERJ, Membro da JS PA e Gabrielly Santos – Cientista política, Secretária de Relações Internacionais da JS Nacional.

No dia 19 de novembro de 2024, encerrou-se a Cúpula do G20, que pela primeira vez foi presidida por um país da América Latina. A cidade-sede escolhida foi o Rio de Janeiro, que recebe os líderes mundiais que compõem as delegações de 19 das maiores potências econômicas mundiais e mais os representantes da União Europeia e da União Africana. A reunião da Cúpula, como é chamada, visa favorecer as negociações internacionais e, portanto, possui caráter diplomático inalienável. A presidência do Brasil no G20 deste ano é importantíssima para consolidar a retomada do papel estratégico que nosso país tem no Sul global, após os governos de Michel Temer e Bolsonaro. Além disso, obtém especial relevância tendo em vista a COP 30, a ser sediada por Belém em 2025, sinalizando o caráter central da voz brasileira no cenário internacional não apenas no âmbito econômico, mas também climático. Além disso, será a primeira vez que a Amazônia será sede do maior espaço de negociação sobre meio ambiente e clima do mundo. 

Apesar do caráter diplomático do evento, a presidência brasileira do G20 este ano inaugurou o G20 Social, um espaço dedicado à participação da Sociedade Civil na construção de proposições para a política global em três áreas: 1) Combate à fome, à pobreza e à desigualdade; 2) Sustentabilidade, mudanças do clima e transição justa; 3) Reforma da governança global. Assim, foi possível que organizações das mais diferentes matrizes pudessem corroborar com o debate. Dentre os grupos oficiais de engajamento, destaca-se o Youth 20 (a Juventude do G20), no qual a Juventude Socialista esteve presente de forma direta e relevante. Em junho, a pré-cúpula do Y20 ocorreu em Belém, onde a Juventude Socialista participou em todas as programações – da cerimônia de abertura às visitas oficiais aos equipamentos do Governo do Estado. Foi uma oportunidade ímpar de criar laços e consolidar relações com forças comprometidas com nossas pautas. Contribuímos com a dissertação da Carta de Belém, com um posicionamento firme em defesa de uma transição energética justa, pelo respeito da soberania nacional em relação a seus recursos naturais, em especial os aquíferos, e sobretudo enfatizando como a manutenção do Capital é incompatível com a sustentabilidade.

Em Julho foi realizada uma etapa do Y20 na cidade de Guarulhos, organizada pela Juventude Socialista do município, um dia de atividades sobre Inovação e o futuro do mundo do trabalho, um dos eixos abordados pelo fórum de juventude com a participação do líder sindical Antônio Neto, presidente da CSB. Por fim, a JS esteve presente no Summit do Y20, a Cúpula das Juventudes do G20 que aconteceu em agosto no Rio de Janeiro, onde foi possível participar da confecção do relatório final das juventudes, que foi apresentado ao Governo Brasileiro e aos países envolvidos, com as reivindicações prioritárias da juventude global para os 5 eixos abordados ao longo de toda a construção: combate à fome, pobreza e desigualdade; Mudanças Climáticas, Transição Energética e Desenvolvimento Sustentável; Reforma do Sistema de Governança Global; Inclusão e Diversidade e Inovação e o Futuro do Trabalho.

No G20 Social, reuniram-se militantes dos movimentos sociais, partidários e organizações do terceiro setor de todo o Brasil, além dos pares internacionais. Por mais que a mobilização de base do Governo Federal tenha se mostrado unida, consolidada perante a comunidade nacional e internacional, ainda é perceptível a falta de incidência real no debate proposto. Foi elaborado um documento final da participação social do G20, que aborda de forma frágil pautas necessárias para a população brasileira, que inclusive se manifestaram durante o evento, como a redução da jornada de trabalho, taxação das grandes fortunas e uma defesa sistemática da soberania e desenvolvimento nacionais. 

O G20 termina com sua declaração final sem ressalvas, em plena concordância entre os países na Aliança Global Contra a Fome. Celebramos como uma vitória a inclusão da taxação progressiva dos mais ricos e a posição pelo cessar-fogo no genocídio praticado por Israel contra Gaza. O reforço ao acordo de Paris e a defesa do multilateralismo são igualmente positivos.

Porém, propor e celebrar acordos não é suficiente. É necessário que as forças políticas estejam dispostas a pressionar para que os discursos não se apresentem apenas como sinalizações esparsas e como disfarces, mas que de fato se concretizem enquanto políticas em cada país. Parte da contradição entre o descolamento da base social brasileira com os tomadores de decisão se mostrou perceptível ao longo desse processo. Queremos que essas políticas estejam na ponta, em contato direto com o cidadão, para garantia de direitos e rumo à emancipação do nosso povo. No Brasil, a Juventude Socialista assume o compromisso de ser uma voz ativa pela efetivação das proposições, na busca por uma Casa Comum mais justa e sustentável. A Juventude Socialista, enquanto parte do Partido Democrático Trabalhista, reforça o seu cuidado com a nação brasileira, os trabalhadores, os oprimidos e os mais vulneráveis.

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