PARA RETOMAR O FIO DA HISTÓRIA

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Bruno Lima e Juventude Socialista PDT em Pernambucano. 

“A velha democracia liberal e capitalista, está em franco declínio, porque tem seu fundamento na desigualdade. A outra é a democracia socialista, a democracia dos trabalhadores. A esta eu me filio. Por ela combaterei em benefício da coletividade.”

Getúlio Vargas

Com os corações ansiosos, é que chegamos ao VI Congresso Nacional do Partido Democrático Trabalhista, na esperança de colaborar com os rumos ideológicos da nossa casa política, aprender com os erros, buscar corrigi-los, aprimorar o que de bom já está sendo feito, para podermos alcançar a emancipação política brasileira plena, que significa a nossa libertação nacional.

Diante das nossas dificuldades, que culminaram numa difícil derrota no cenário não apenas eleitoral, mas também no cenário ideológico do campo da esquerda, alguns pontos merecem reflexão para aprofundamento das nossas experiências e maior serenidade no momento das nossas decisões de convergências.

1. Nacional-Desenvolvimentismo e Socialismo são complementares para o Trabalhismo Brasileiro:

Ora, nosso eterno líder e fundador, Leonel Brizola, nunca foi um comunista. Entretanto, nunca foi um anticomunista, e sempre defendeu estruturar, reformar o estado brasileiro, tocava-se no interesse estrangeiro. Há um pensamento que ronda determinadas camadas do partido que tem como ideia demonizar o pensamento socialista, seja ele marxista-leninista, seja ele utópico. Mas, a verdade é que a história do Brasil sempre se constituiu de etapas. Temos o orgulho de representar a única corrente política brasileira que apresentou uma Revolução (a de 30), que possibilitou a transformação do Brasil para uma nação moderna para sua época. Logo após, o que vimos foram as constantes tentativas das forças antinacionais locais e internacionais tramarem contra nós, seja contra Getúlio, seja contra Jango, e também contra Brizola.

Não se chega ao socialismo sem desenvolver antes o capitalismo, esse mesmo capitalismo nefasto, injusto e neoliberal que nos aprisiona como nação e gera desigualdades. E para desenvolver o capitalismo, é preciso um Projeto Nacional de Desenvolvimento, como proposto pela nossa atual liderança política Ciro Ferreira Gomes. Porém, compreendamos que o nacional-desenvolvimentismo não pode ser o objetivo em si só, mas sim um caminho para alcançar o socialismo, e socialismo à brasileira, com nossas próprias definições, nossos próprios meios, nossas próprias teses, nosso próprio destino. Muito desse socialismo já ensaiado e promovido na obra vasta de Darcy Ribeiro. Tudo isso retirado de forma coletiva, construtiva, muito bem organizada, debatida e por fim, executada.

A revolução continua no presente e, por seu intermédio, liga-se ao passado. Libera o que, no presente, está condenado pelas circunstâncias. Mas é na história que a revolução acontece, como de uma luta entre o novo e o velho.
(Alberto Guerreiro Ramos)

2. Quem são os nossos inimigos:

Os inimigos do trabalhismo tentam muitas vezes nos ludibriar com cortinas de fumaça e elucidações passageiras, que não contemplam o período histórico que passamos. Compreender o espírito do tempo, é vital para solidificar uma vanguarda política e através dela, disseminar os movimentos que devemos trilhar. É preciso reaproximar o partido com as bases de juventude sedenta por conhecimento e formações políticas, bem como setores de movimentos sociais que buscam um norte para suas necessidades e aspirações, promovendo alternativas para o bem-estar social pleno.

O partido fardado rendido ao imperialismo, assim como as hordas liberais disfarçadas de um progressismo que renega a causa nacional e suas concepções, bem como o reacionarismo das mais diversas camadas, desde o liberalismo até ao claro proto fascismo. Estes são os verdadeiros inimigos da nossa nação, inimigos do trabalhismo, por fim, inimigos do nosso partido.

Entretanto, vale ressaltar, que os conservadores (no sentido dos costumes), não são necessariamente nossos inimigos. E o motivo é simples, nosso povo é progressista economicamente, mas conversador nos costumes por essência. Não nos abstemos de nossa missão pedagógica de combater algumas condições de pensamento que não nos cabem mais, porém, preservar a essência do pensamento nacional, na busca do seu aperfeiçoamento. Não podemos cair no fútil esquerdismo que dialoga apenas para si, quando devemos, sim, ampliar nosso diálogo, mas mantendo a firmeza dos nossos princípios e rumos.

Somos um povo novo

Darcy Ribeiro

3. A importância da Comunicação Articulada do nosso Projeto de Brasil:

As redes sociais estão em constante ebulição nas mais diversas defesas de pontos de vista. Faltou uma maior organização nossa nas eleições de 2022 para sintetizar de forma organizada e articulada nossa defesa de pontos de vista. Mas para além de eleições, um projeto de comunicação permanente articulado com aquilo que defendemos, sendo um projeto nacional de desenvolvimento, com rumo para o socialismo brasileiro. Criação e alimentação constate de blogs, canais de YouTube, uma editora para divulgação de trabalhos e estudos dos nossos quadros políticos, todos sintetizados em nosso projeto de Brasil, é um potente emissor das ideias trabalhistas que visam combater e desinformação planejada dos veículos de comunicação das grandes mídias, que servem às elites rendidas ao imperialismo e seus tentáculos. E como já disse Leonel Brizola, “nosso povo não realizará seu destino se não se organizar”.

Sem se atentar a essas ferramentas da modernidade, bem como o uso inteligente dessas ferramentas, de maneira inclusiva e representativa pelos nossos quadros formuladores e nossa base emergente, estaremos condenados e ser um partido apenas de viés de gabinete, e não é isso que nossos faróis do trabalhismo de outrora, desejariam.

Por fim, esses são alguns dos passos a serem tomados no sentido de retomada do protagonismo do Partido Democrático Trabalhista nas suas lutas diárias em prol da coletividade nacional, compreendendo a complexidade dos fatos que nos são impostos, mas com a coragem e a certeza de que é preciso pisar com pés firmes, o nosso chão castigado, trilhando o caminho da superação e a emancipação popular através do desenvolvimento da etapa nacional libertadora que trará ao Brasil os rumos do seu próprio socialismo, adequado com as nossas cores, crenças e etnias, retomando o seu fio da história rumo à paz e o progresso.

Não ter uma posição política justa, disse alguém, é como não ter alma.”

Nelson Werneck Sodré

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