Avançar a igualdade e ampliar a liberdade.

Você está visualizando atualmente Avançar a igualdade e ampliar a liberdade.

Ricardo Justo – Coordenador do Núcleo de Base Cultura de Paz

O trabalhismo é o socialismo no Brasil. É o socialismo das condições brasileiras.

Eduardo Chuay

Partido Democrático Trabalhista (PDT) é uma das principais agremiações políticas do Brasil, com uma história profundamente ligada à materialização do Movimento Trabalhista no Mundo, o qual marca a essência da Alma Nacional.

Desde a sua fundação até os dias atuais, o Partido vem desempenhando um papel importantíssimo no cenário político nacional e internacional, defendendo pautas progressistas relacionadas aos seus princípios fundacionais.

Originariamente, o PDT foi fundado em 17 de junho de 1979, durante o exílio do nosso líder maior, Leonel Brizola, em sua passagem pela cidade de Lisboa, Portugal, contexto em que foi elaborada a Carta de Lisboa, um documento histórico que estabeleceu os nossos princípios e diretrizes trabalhistas.

Entre os dias 15 e 17 de junho de 1979, em Lisboa, Portugal, no “Encontro dos Trabalhistas do Brasil com os Trabalhistas no Exílio”, Brizola e seus pares, expatriados com o golpe militar de 1964, reafirmaram o compromisso com a defesa dos Direitos Trabalhistas, a Justiça Social, a Soberania Nacional e a Democracia.

O objetivo de Brizola era reavivar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), criado por Getúlio Vargas, presidido por João Goulart e proscrito pelo Golpe de 1964, com a deposição do Presidente do Brasil, João Goulart, em 31 de março a 1.º de abril de 1964, pondo fim à Quarta República e iniciando o regime da ditadura militar brasileira.

Além dos brasileiros exilados, este evento reuniu outras lideranças, incluindo o antropólogo Darcy Ribeiro, os teólogos presbiterianos Lysâneas Maciel e Gerson Meyer e o secretário-geral do Partido Socialista Português, Mário Soares, que representava a Internacional Socialista, para discutir a reorganização do Trabalhismo no Brasil.

  1. Socialismo, o que é? O Nosso é Socialismo Moreno

Em termos específicos, “Socialismo” é uma nomenclatura da filosofia política, com implicações sociais e econômicas, abrangendo uma gama de sistemas políticos, econômicos e sociais caracterizados pela propriedade social (pública, coletiva, cooperativa ou patrimonial) dos meios de produção.

Socialismo Moreno” é um termo amplo para o conjunto de doutrinas políticas do Partido Democrático Trabalhista, tendo como expoentes Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, entre outras personalidades ligadas ao Trabalhismo.

O “Socialismo Moreno”, é o socialismo democrático adaptado à realidade brasileira, tendo como sinônimo o Trabalhismo, não buscando abolir o capitalismo e nem a propriedade privada dos meios de produção, mas, defendendo uma economia mista onde a propriedade privada possui uma função social.

É importante lembrar que, na perspectiva de Leonel Brizola, a definição de socialismo passava diretamente pela Política de Estado de Getúlio Vargas, na afirmação de que “esse é o socialismo que nós buscamos”, colocando-se diametralmente contrário ao tipo de socialismo europeu, aquele esposado pela então União Soviética, China, Cuba e Alemanha Oriental, entre outros.

É diante desse quadro categórico que Brizola, junto com Darcy Ribeiro, concebe a ideia de “Socialismo Moreno”, através da socialização das estruturas econômicas, políticas, sociais e educacionais, porque, segundo ele, “nosso desenvolvimento só começará a existir quando for feito pelas mãos do nosso povo” através da educação (grifo meu).

A distinção entre o “Socialismo Moreno” e o “Socialismo Real” tem vários significados, representando, para alguns, a rejeição decisiva do modelo soviético, assim como de todos os demais regimes autoritários e de partido único.

Para muitos pensadores, tal rejeição restringe-se, para o caso brasileiro, simplesmente à adoção dos meios revolucionários para a instauração do regime socialista, assim como de seus desdobramentos historicamente documentados e conhecidos.

Isto posto, seria possível afirmar que o trabalhismo brasileiro nunca se identificou com o “marxismo”, “marxismo-leninista”, “marxismo-stalinista” ou o “marxismo-maoísta”, mas, ao contrário, o Trabalhismo é a única alternativa às forças marxistas na disputa pela representação legítima dos anseios dos trabalhadores e das classes subalternas.

  1. Retorno do Trabalhismo ao Brasil

Após o retorno de Brizola ao Brasil, o PDT ganhou força e se consolidou como uma das principais agremiações políticas do país, com a centralização das ações políticas enfatizando a “educação, socialização das estruturas sociais, políticas e econômicas, priorizando o trabalho sobre o capital”.

Nos dias 17 e 18 de maio de 1980, milhares de trabalhistas se reuniram no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no Centro do Rio de Janeiro, para integrar o Encontro Nacional dos Trabalhistas.

Este ato marcou o retorno do Trabalhismo ao Brasil, através do surgimento do Partido Democrático Trabalhista (PDT), quando, uma semana depois, em 25 de maio, consumou-se a criação da sigla a partir da reunião na Associação Brasileira de Imprensa, na Cinelândia, Rio de Janeiro.

Inicialmente, a novel agremiação, agora, Partido Democrático Trabalhista (PDT), abriu sede em nove estados, com forte atuação no Rio de Janeiro (RJ) e no Rio Grande do Sul (RS), tendo, desde então, como representação nas urnas, o número 12.

  1. Transformando Ideias em Ação: Breve Excurso Histórico das Convenções e Congressos Nacionais do PDT

1ª Congresso Nacional do PDT

Em 1981, com a realização do Primeiro Congresso Nacional do Partido, na cidade de Mendes, no Rio de Janeiro, foram discutidas e aprovadas as bases programáticas do PDT, que incluíam a defesa dos trabalhadores, a participação popular e a Soberania Nacional.

Retomando o Fio da História, na primeira eleição democrática de 1982, o PDT elegeu Brizola governador do Rio de Janeiro, dois senadores, um no Rio e outro em Brasília, e 24 deputados federais, credenciando-se como uma das principais forças políticas do país.

Ao longo dos anos, o PDT realizou várias convenções e congressos nacionais históricos, nos quais foram debatidos temas importantes para a organização e atuação do Partido, aprofundando a discussão e a atualização de propostas e estratégias políticas, além de fortalecer a identidade e a coesão interna do partido.

Convenções Nacionais

Em 26 de maio de 1985, cinco anos após a fundação do PDT, a II Convenção Nacional ocorreu em Brasília, logo após o falecimento de Tancredo Neves e a posse de José Sarney na Presidência da República através de eleições indiretas.¹

Conforme Wendel Pinheiro, em sua reportagem neste documento, sobre os Congressos do PDT, desde a redemocratização, a sociedade civil se organizava em movimentos, partidos políticos, grupamentos e entidades sociais afins.

A iminência de uma Constituinte estava próxima, com o intuito de remover os entulhos ditatoriais, não apenas referendados pela Constituição de 1967, como também nas medidas extralegais com os Atos Institucionais (AI’s) e Complementares (AC’s).²

De acordo com Pinheiro, em 1989, o PDT teria excepcionalmente duas convenções nacionais, ambas realizadas em Brasília. A III Convenção realizada em 19 de março, além de assegurar a eleição do novo Diretório e da nova Executiva Nacional, deliberou maiores avanços na luta do Movimento Negro.

Isto foi referendado pela aprovação de uma moção de Leonel Brizola, que consistia na participação, no mínimo, de 50% de negros, jovens, mulheres e sindicalistas não só nas administrações onde o PDT fizesse parte ou estivesse à frente, mas também nos órgãos de direção do Partido e na nominata de candidatos a cargos eletivos.

Estas medidas democráticas trabalhistas, além de assegurar maior participação da militância partidária, abriu espaços para o surgimento de novos movimentos sociais, como o Movimento Negro, o Movimento Verde, o Movimento das Mulheres Trabalhistas, entre outros, tornando-os uma marca fundamental do PDT, pioneiro na luta pela integração dos Movimentos Sociais em defesa dos Direitos Humanos.

Na IV Convenção, ocorrida em 25 de junho, o Partido homologou a candidatura de Brizola à Presidência da República. Nesta convenção, foi realizado, também, o V Congresso Nacional da Juventude Socialista (JS), na presidência de Izaura Gazen, primeira mulher eleita pela JS, em 1987.

No bojo da efervescência do impeachment de Fernando Collor de Mello, então Presidente do Brasil, realizou-se a V Convenção Nacional, em 26 de abril de 1992, quando se elegeu o novo Diretório Nacional, reconduzindo Leonel Brizola à Presidência Nacional do PDT.

III Congresso Nacional do PDT, ocorreu em 1993, no início do Plano Real e, também, da política de privatizações às empresas estratégicas nacionais. A VI Convenção Nacional, realizada em São Paulo, nos dias 27 e 28 de maio de 1994, contou com a presença de mais de 10 mil trabalhistas.

Nesta VI Convenção, homologou-se a chapa Leonel Brizola/Darcy Ribeiro para as eleições presidenciais. Entretanto, Fernando Henrique Cardoso venceria o pleito pela coligação PSDB-PFL-PTB, catapultado pelo plano econômico que, naquele momento, trouxe estabilização monetária ao Brasil.

Com a realização da VII Convenção, novamente em Brasília, no dia 24 de janeiro de 1996, elegeu-se o novo Diretório Nacional e, na VIII Convenção Nacional, em 11 de junho de 1998, homologou-se a chapa PT/PDT, com Lula e Brizola como opção preferencial à esquerda, em contraponto à política neoliberal de FHC.

Na IX Convenção Nacional, realizada em Brasília em 19 de abril de 1999, em meio aos festejos dos 117 anos do nascimento de Getúlio Vargas, Brizola foi reconduzido à Presidência Nacional do PDT, com a eleição do novo Diretório e Executiva.

Com o propósito de aprofundar as teses trabalhistas, no enfrentamento da ofensiva neoliberal, a X Convenção Nacional foi realizada em 27 de agosto de 1999, em Brasília, ocorrendo a alteração do Estatuto do PDT, realçando-se a fidelidade ideológica dos militantes, quadros e dirigentes trabalhistas.

XI Convenção Nacional, também realizada em Brasília, em 19 de março de 2001, elegeu a nova Executiva e o Diretório Nacional, além de ampliar a participação dos militantes e quadros destacados dos movimentos de cooperação partidária.

XII Convenção Nacional do PDT, realizada em 10 de junho de 2002, em Pindamonhangaba, em convenção conjunta com o PTB e PPS, o conclave homologou a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República.

Com a realização da XIII Convenção Nacional, em 21 de março de 2003, destacou-se os quadros da Juventude Socialista (JS) na Executiva Nacional, oxigenando os espaços decisórios nas respectivas instâncias partidárias.

O Rio de Janeiro foi palco das seguintes Convenções Nacionais do PDT, XIV, XV e XVI, quando, com o aval de Leonel Brizola, o Deputado Carlos Lupi foi eleito para a Vice-Presidência Nacional do PDT, acumulando estas funções com as que ele exercia na Tesouraria do Partido.

Com o falecimento de Leonel de Moura Brizola, líder maior do Trabalhismo Mundial e do PDT, Carlos Lupi assumiu interinamente a Presidência Nacional do Partido, na reunião da Executiva Nacional, em 28 de junho de 2004.

Em 21 de março de 2005, Lupi foi eleito Presidente, na XIV Convenção, na qual se decidiu, por aclamação, a reestruturação da Fundação Alberto Pasqualini (FAP), Think Tank Trabalhista, destinada aos estudos e à formação política da militância pedetista, a qual seria reformulada como Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).

Na XV Convenção Nacional, em 19 de junho de 2006, o PDT apoiou a chapa Cristovam Buarque/Jefferson Peres para a Presidência da República, na chamada “chapa trabalhista”, na proposta de unir experiência com o preparo intelectual, de ambos os candidatos, apresentando-se uma candidatura diferenciada e de opinião.

XVI Convenção Nacional, em 09 de março de 2007, reelegeu Carlos Lupi para a Presidência Nacional do PDT, o qual, licenciando-se do cargo para assumir o seu mandato ministerial, cedeu a Presidência para o Deputado Federal Vieira da Cunha, até a XVII Convenção Nacional, realizada em Brasília, em 06 de março de 2009, reconduzindo Carlos Lupi à Presidência.

XVIII Convenção Nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), realizada em 12 de junho de 2010, apoiou a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República, sugerida e apoiada pelo ex-Presidente Lula/PT.

Na XIX Convenção Nacional, em 25 de março de 2011, foram eleitos os novos quadros do Diretório Nacional, assim como a eleição do Deputado Federal André Figueiredo para a 1ª Vice-Presidência. Na XX Convenção Nacional, em 22 de março de 2013, na cidade de Luziânia, Goiás, foi eleita a companheira Miguelina Vecchio para a 3ª Vice-Presidência.

XXII Convenção Nacional do PDT, realizada em Brasília, em 13 de março de 2015, coincidiu com a comemoração dos 51 anos do Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, com o histórico discurso trabalhista do Presidente João Goulart.

A XXIII Convenção Nacional, ocorrida em 18 de março de 2017, em Brasília, reelegeu Carlos Lupi à Presidência Nacional do PDT, Ciro Gomes a Vice-Presidente do PDT, ao lado de André Figueiredo e de Miguelina Vecchio.

Nesta Convenção, ocorreram, em paralelo, alguns congressos dos Movimentos Sociais do PDT, como o VII Congresso Nacional da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), o Congresso da Secretaria Nacional do Movimento Negro (SNMN) e as reuniões da Executiva Nacional da Juventude Socialista (JS) e, de forma inédita, da Comissão Provisória do PDT Diversidade.

XXIV Convenção Nacional do PDT, realizada no dia 20 de julho de 2018 em Brasília, homologou a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, retomando o protagonismo do PDT no cenário político nacional com destaque, em seu projeto nacional desenvolvimentista democrático.

Na XXV Convenção Nacional, em 18 de março de 2019, Brasília, com a celebração dos 100 anos do líder trabalhista João Goulart e dos 55 anos do Comício da Central do Brasil, os desafios para o PDT estavam dirigidos para a apresentação de proposta com vistas à superação das forças retrógradas que assolavam a nação.

Nesta Convenção, novas personalidades compuseram o Diretório Nacional e a Executiva Nacional, com a participação efetiva de novos movimentos sociais, como o Movimento Comunitário Trabalhista (MCT), o Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR) e o PDT Diversidade, movimentos pautados na defesa do Estado Democrático de Direito, na soberania nacional e no respeito aos Direitos Humanos e dos Direitos Sociais históricos do povo brasileiro.

No dia 21 de janeiro de 2022, o PDT realizou, na sede do partido em Brasília (DF), a sua XXVI Convenção Nacional, realizada de forma híbrida, para eleição da nova composição do Diretório Nacional, conforme a resolução normativa 003/2021, assinada pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi.

6º Congresso do PDT – A Afirmação da Vanguarda do Trabalhismo

Como bem afirmou o Presidente do PDT-Bahia, Deputado Federal Félix Mendonça Jr., o fortalecimento das bases partidárias é que possibilita o posicionamento do Partido como vanguarda do Trabalhismo, reafirmando seu posicionamento de que o Fio da História do PDT é que nos credibiliza ao “afastamento de alianças danosas aos nossos ideais”.

Em seus pronunciamentos públicos, o Presidente licenciado do PDT, Ministro Carlos Lupi, afirma que “a hora é de se aprofundar os princípios defendidos pelos grandes líderes do Trabalhismo, porque está em jogo a causa do povo brasileiro”, afirmando ainda que, “o PDT não faz arranjos político-eleitorais de momento, para dar apoio político em troca de cargos e empregos, prática que o povo brasileiro foi para as ruas condenar.

Em maio próximo, acontecerá o 6º Congresso Nacional do PDT, em Brasília, oportunidade em que os membros do partido, de todos os Estados, discutirão os desafios políticos atuais e definirão as diretrizes para o futuro.

Será um momento de reflexão, debate e construção coletiva, em que serão abordadas questões como a luta pelos direitos trabalhistas, a defesa da democracia e a busca por um projeto de desenvolvimento sustentável para o país.

Segundo Manoel Dias, Presidente da FLB-AP e Secretário Geral do Partido, o 6° Congresso do PDT é crucial para a renovação e o fortalecimento do partido. É um momento para debatermos os desafios do Brasil e do mundo, atualizarmos nosso programa com base nas demandas da sociedade.

Segundo o Secretário-geral nacional do PDT, Manoel Dias, somente com organização e conhecimento que vamos conscientizar o brasileiro sobre sua força contra os retrocessos. Para ele, com o fortalecimento da nucleação, conseguiremos revolucionar, efetivamente, o País e garantir a democracia e os direitos do cidadão.

De acordo com o Presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), cada pré-candidato deverá fazer Núcleos de Base em todo o país. Para Manoel Dias, esta é uma meta obrigatória, pois é no dia a dia que a militância perceberá a relevância dessa mobilização integrada nas ruas e no ambiente digital.

Para Carlos Lupi, Ministro da Previdência Social e Presidente licenciado da Executiva Nacional do PDT, esta é uma oportunidade para fortalecer a unidade e coesão do partido. É um momento para debatermos nossas diferenças de forma construtiva e encontrarmos soluções para os desafios que enfrentamos.

Nas palavras de André Figueiredo, Deputado Federal pelo Ceará e Presidente em exercício do PDT, iremos construir um marco na história do partido, abrindo espaço para a participação popular e a construção democrática do futuro do trabalhismo brasileiro e do país.

Como bem lembrava o companheiro Hari Alexandre Brust, “o PDT é o único partido brasileiro com história, programa e determinação política para assumir as grandes causas nacionais e implantar em nosso país a ‘novidade’ perseguida por Getúlio, Jango e Brizola, com o ‘Estado de Bem-Estar Social’ que, até hoje, ainda não chegou para o povo brasileiro”.

PDT tem uma trajetória marcada pela defesa dos interesses dos trabalhadores e pela busca por um Brasil mais justo e igualitário. Ao longo dos anos, o partido tem se destacado pela sua atuação em defesa dos direitos sociais e pela defesa da soberania nacional.

6º Congresso Nacional do PDT será realizado num momento importante para o País, onde reafirmaremos os princípios e valores que norteiam o Partido, na definição de estratégias para enfrentar os desafios políticos e sociais do país.

Como foi analisado através deste artigo, nos congressos anteriores do Partido Democrático Trabalhista, foram discutidos diversos temas de relevância para o partido e para o país. Entre os principais temas debatidos, podemos destacar:

  • Direitos trabalhistas: A defesa dos direitos trabalhistas sempre foi uma das bandeiras centrais do PDT. Nos congressos, foram discutidas propostas e estratégias para garantir a proteção e a valorização dos trabalhadores, incluindo questões como salário mínimo, jornada de trabalho, benefícios sociais e condições de trabalho;
  • Participação popular: O PDT sempre buscou estimular a participação popular na política. Nos congressos, foram debatidas formas de promover a participação da sociedade civil na tomada de decisões e no processo político, como a criação de mecanismos de consulta popular e a ampliação da democracia participativa;
  • Soberania nacional: A defesa da soberania nacional também foi um tema recorrente nos congressos do PDT. Foram discutidas estratégias para proteger os interesses do país, como a defesa dos recursos naturais, a valorização da indústria nacional e a busca por uma política externa independente;
  • Educação e cultura: A promoção da educação de qualidade e o incentivo à cultura também estiveram presentes nas discussões dos congressos. Foram debatidas propostas para melhorar a qualidade da educação, garantir acesso igualitário à cultura e valorizar os profissionais dessas áreas;
  • Desenvolvimento sustentável: A preocupação com o meio ambiente e a busca por um desenvolvimento sustentável também foram temas abordados nos congressos. Foram discutidas propostas para conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental e a promoção da sustentabilidade.

Esses são apenas alguns exemplos dos temas discutidos nos congressos anteriores do PDT. Cada encontro teve suas particularidades e a pauta foi ajustada de acordo com o contexto político e social da época. O objetivo principal sempre foi a construção de um projeto político que buscasse promover a justiça social, a igualdade e a democracia no Brasil.

Soberania Nacional

A defesa da Soberania Nacional é um tema recorrente nos congressos do PDT por ser um dos princípios fundamentais do partido. O PDT acredita que o Brasil deve ter pleno controle sobre suas decisões políticas, econômicas e sociais, sem interferências externas que comprometam a autonomia do país.

Existem algumas razões principais que explicam por que a defesa da Soberania Nacional é tão importante para o PDT:

  1. Proteção dos interesses nacionais: O PDT entende que é fundamental proteger os interesses do Brasil e de seu povo. Isso inclui garantir o controle sobre os recursos naturais do país, como petróleo, minérios e água, e também proteger a indústria nacional de competição desleal ou de práticas que possam prejudicar a economia brasileira;
  2. Independência política: O partido defende a independência política do Brasil, ou seja, a capacidade de tomar decisões soberanas sem pressões externas. Isso inclui a busca por uma política externa independente, em que o país possa estabelecer relações equilibradas com outras nações, sem submissão a interesses estrangeiros;
  3. Proteção dos direitos dos trabalhadores: A defesa da soberania nacional também está relacionada à proteção dos direitos dos trabalhadores brasileiros. O PDT entende que a soberania é essencial para garantir a valorização do trabalho e a proteção dos direitos trabalhistas, evitando práticas que explorem a mão de obra ou comprometam os avanços conquistados ao longo dos anos;
  4. Preservação da cultura e identidade nacional: O PDT valoriza a diversidade cultural e a identidade nacional do Brasil. A defesa da soberania nacional está relacionada à preservação da cultura brasileira, evitando a imposição de padrões culturais estrangeiros e promovendo a valorização da cultura local.

Por todas essas razões, a defesa da soberania nacional se mantém como um tema recorrente nos congressos do PDT, demonstrando o compromisso do partido em construir um Brasil mais justo, igual e próspero para todos.

A defesa da Soberania Nacional está diretamente relacionada à proteção dos direitos dos trabalhadores brasileiros por alguns motivos:

  1. Independência econômica: Ao defender a soberania nacional, o Brasil busca ter controle sobre sua economia, evitando a dependência excessiva de outros países. Isso é importante para garantir a proteção dos direitos trabalhistas, pois permite que o país estabeleça políticas e regulamentações que visem a valorização do trabalho, como salário mínimo, jornada de trabalho adequada, direitos previdenciários, entre outros;
  2. Proteção contra práticas trabalhistas desleais: A soberania nacional fortalece a capacidade do Brasil de estabelecer regras e regulamentações trabalhistas que protejam os direitos dos trabalhadores. Isso inclui a proibição de práticas como trabalho infantil, trabalho escravo, discriminação no emprego, entre outras formas de exploração. A defesa da soberania nacional permite que o país adote medidas mais efetivas para combater essas violações dos direitos trabalhistas;
  3. Valorização da indústria nacional: A defesa da Soberania Nacional também está relacionada à proteção da indústria nacional. Ao promover a produção e o consumo de produtos brasileiros, o país gera empregos e fortalece a economia interna, beneficiando os trabalhadores. Isso contribui para a manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas, uma vez que uma indústria forte e competitiva tende a oferecer melhores condições de trabalho e remuneração;
  4. Negociações coletivas: A defesa da Soberania Nacional também influencia a capacidade dos trabalhadores de negociar coletivamente seus direitos. Um país com maior autonomia política e econômica tem mais condições de promover o diálogo entre empregadores e empregados, facilitando a negociação de acordos e convenções coletivas que garantam melhores condições de trabalho, salários justos e benefícios adicionais.

    Um governo trabalhista deve manifestar claramente a sua intenção de não permitir, de maneira alguma, que o impeçam de fazer a vontade do povo.”Clement Attlee

Diante das reflexões que serão realizadas no 6º Congresso Nacional do PDT, o qual marca os 43 anos desde sua fundação em Mendes, RJ, emerge uma clara percepção do sentido político partidário trabalhista, nestes tempos desafiadores que estamos vivendo.

Através da lente sociológica e do excurso histórico que fizemos, fica evidente que o Partido Democrático Trabalhista – PDT, é muito mais do que uma simples agremiação política, mas sim um movimento que busca não apenas o poder, mas a transformação social, através da transformação das mentes da “Brava Gente Brasileira”.

Ao longo dos anos, o PDT tem sido um catalisador de ideias progressistas, defendendo os direitos dos trabalhadores, a justiça social e a igualdade de oportunidades. O legado de figuras como Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro ressoa até os dias atuais, inspirando os trabalhistas a continuarem sua luta por um Brasil mais justo e igualitário.

Neste contexto, é essencial reconhecermos os valorosos ensinamentos proporcionados pelos nossos atuais líderes trabalhistas: a importância da participação ativa na construção de uma sociedade pautada pela Educação para o Desenvolvimento Econômico Sustentável.

Somente através do engajamento cívico e da colaboração coletiva, destacando-se o voto eleitoral, o zelo pelo espaço público e o cumprimento das leis, poderemos superar os desafios que enfrentamos como nação e avançar na construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Nesse sentido, a atuação dos parlamentares e gestores públicos trabalhistas é essencial para fomentar esse engajamento, criando ambientes propícios para o diálogo e a colaboração entre a comunidade e as instituições governamentais.

Portanto, conclamo todos os trabalhistas a se unirem nessa jornada de construção, a dedicarem seus esforços não apenas à busca pelo poder político, mas principalmente à construção de uma sociedade mais justa, solidária e pacífica.

Juntos, como militantes das causas trabalhistas, poderemos transformar as teses programáticas do PDT em realidade, construindo uma nação onde a dignidade e os direitos de todos sejam respeitados e protegidos, base da Cultura de Paz.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • ALMEIDA, Rômulo. Rômulo: voltado para o futuro. Joviniano Soares de Carvalho Neto (Coordenador). Fortaleza: BNB, 1986.
  • ATTLEE, Clement. Bases e fundamentos do trabalhismo. Tradução de Enéias Marzano. Rio de Janeiro: Editora A Noite, S/D.
  • BAMBIRRA, Vânia. Os programas dos partidos políticos no Brasil: uma análise comparativa. RS: Assembléia Legislativa do RS, 1981.
  • BASSO, Agenor. PDT. Fontes trabalhistas. Realizações sociais. Caxias do Sul, 2000.
  • BOMENY, Helena. Salvar pela escola: programa especial de educação. In: FERREIRA, M. M. (org.). A Força do povo: Brizola e o Rio de Janeiro. RJ: FGV; ALERJ, 2008.
  • FERNANDES, Aurélio. O brizolismo e os 21 anos de PDT. Texto. RJ, 2001.
  • FERREIRA, Jorge. O imaginário trabalhista. Getulismo, PTB e cultura política popular. RJ: Civilização Brasileira, 2005.
  • FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 27ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional: Publifolha, 2000.
  • GOMES, Ângela de Castro. A invenção do trabalhismo. RJ: IUPERJ/Vértice, 1988.
  • GRIJÓ, Luís Alberto. Alberto Pasqualini: o teórico do trabalhismo. in: FERREIRA, Jorge; REIS, Daniel Aarão (orgs.). As esquerdas no Brasil. Nacionalismo e reformismo radical. 1945-1964. Volume 2. RJ: Civilização Brasileira, 2007.
  • MACIEL, Lysâneas. Lysâneas Maciel (depoimento, 1998). RJ, CPDOC/ALERJ, 2003.
  • MANESKY, O.; SAPUCAIA, M.; BECKER, P. Com a palavra Leonel Brizola. RJ, 1994.
  • MONIZ BANDEIRA, Luiz A. Brizola e o trabalhismo. RJ: Civilização Brasileira, 1979.
  • ________________________. Trabalhismo e socialismo no Brasil. A Internacional Socialista e a América Latina. SP: Global Editora, 1985.
  • PASQUALINI, Alberto. Bases e sugestões para uma política social. 2ªed., PoA: Regel, 2008.
  • POERNER, Arthur. Brizola, quem é? RJ: Ed. Terceiro Mundo, 1989.
  • RIBEIRO, Darcy. Confissões. SP: Cia das Letras, 1998.
  • SANTOS, Theotonio dos. O caminho brasileiro para o socialismo. Petropólis: Vozes, 1985.

Deixe um comentário