Por iniciativa do PDT, a Internacional Socialista aprovou ontem (2/4) em São Domingos, na reunião do Comitê da IS para a América Latina e Caribe, uma moção contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O responsável pelo encaminhamento da proposta foi o secretário adjunto de Relações Internacionais do PDT, o vereador Márcio Bins Ely (RS).
Segundo a moção em defesa do mandato constitucional da presidente Dilma, “não se pode substituir uma presidente eleita sem provas que a incriminem”. Após discutirem a crise brasileira, integrantes do organismo internacional ratificaram compromisso com a democracia brasileira e pediram que seja respeitada no país “a vontade popular”.
No encontro também foi manifestada preocupação com a crise venezuelana.
Ficou decidido que na próxima reunião do comitê da IS o processo de abertura iniciado em Cuba entrará na pauta da reunião. As conclusões de São Domingos foram lidas pelo secretário-geral da organização, Luis Ayala, ao final da reunião realizada na sexta e no sábado na capital da República Dominicana.
O presidente mundial da IS, o grego George Papandreou, e o presidente do comitê para América Latina e Caribe, Miguel Vargas Maldonado, participaram da reunião. Ayala informou que no dia 15 de maio próximo uma comissão da IS participará como observadora do processo eleitoral venezuelano.
A reunião em São Domingos contou com a presença de mais de 60 delegados procedentes de 25 países, entre eles o Brasil.
O comitê da IS criticou o presidente Nicolás Maduro como um dos responsáveis pela crise política que a Venezuela atravessa. Também instou Maduro a libertar presos políticos e citou ex-candidato a presidente Manuel Rosales; o prefeito Antonio Ledezma e os deputados Rosmit Montilla, Gilberto Sojo y Reszo Prieto, – além e estudantes e outros presos por questões políticas.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA INTERNACIONAL SOCIALISTA
Santo Domingo, República Dominicana, 1- 2 de abril 2016
Declaração sobre o Brasil
A Internacional Socialista reunida em Santo Domingo, República Dominicana, de 1 a 2 de abril de 2016, considerando a crise política que enfrenta a República Federativa do Brasil.
Reafirma o seu compromisso com a democracia onde é fundamental o respeito pela vontade popular expressa nas urnas mediante o voto livre.
Expressa sua solidariedade a todo o povo brasileiro e suas instituições democráticas.
Considera que todas as pessoas envolvidas em atos de corrupção, tanto os corruptos quanto os corruptores, deverão responder por seus atos perante a justiça.
Chama atenção para a pretensão de se iniciar um processo de julgamento político contra a presidente Dilma Rousseff, constitucionalmente eleita pela vontade popular.
Não se pode aceitar que um governo eleito pelo povo seja substituído em um processo em que não haja nenhuma prova, até agora, que incrimine a Presidenta da República, o que se constituiria um verdadeiro golpe à contra a vontade soberana do povo.
Não há maior soberano que o povo.
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