JERRY ABRANTES PRESENTE

Uma das lapidares frases de Darcy Ribeiro sobre o falecimento físico do ser humano é: “Presente, passado e futuro? Tolice. Não existem. A vida é uma ponte interminável. Vai-se construindo e destruindo. O que vai ficando para trás com o passado é a morte. O que está vivo vai adiante.”

Análise da vivacidade intensa de um dos grandes orgulhos do Trabalhismo, em especial do Trabalhismo do Maranhão, encontramos Jerry Abrantes.

Se a vida é um sopro, como dizem alguns poetas, Jerry foi uma espécie de furacão, uma vez que compartilhou de forma ímpar sua existência. Foi pai embora muito púbere, de gerações de jovens que ousaram sonhar o sonho da liberdade, da justiça social, do trabalhismo pátrio.

Dentre as escolhas que a vida nos impõem, Jerry escolheu os amigos, a lealdade, e a dedicação da luta política. Figura fidalgo na acepção mais intensa da nobreza foi braço esquerdo do Prefeito e depois Governador Jackson Lago.

Paraibano da cidade de Souza, mas adotou São Luís como lar, foi palco de suas grandes lutas onde atuou com fibra. Foi responsável direto na construção de grandes quadros e de grandes obras na cidade de São Luís e no Estado do Maranhão. Responsável pela filiação e formação política de grandes quadros nacionais como por exemplo, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, deputado Weverton Rocha.

Líder nacional, foi Coordenador Nacional da Juventude Socialista do PDT, no seu VI Congresso Nacional, inaugurando assim uma nova geração de grandes transformações na JS/PDT e sendo referência até hoje para a juventude brasileira. Marca indelével deste período, Jerry ensinou que a política é feita de compromisso, palavra, e trabalho associado à luta. Com ele não existia conversa torta ou acordo sorrateiro.

Fez seu grande sucessor no VIII Congresso quando o também paraibano Sandro Alencar assumiu a JS-PDT Nacional como presidente. Neste período tivemos uma das gerações mais fecundas da história da JS/PDT, e com o Sandro sempre lembrando que seu pai político foi Jerry Abrantes e sempre seguia seus  conselhos e suas condutas.

Embora tenha partido muito jovem e não tenhamos a capacidade de revivê-lo podemos continuar seus sonhos e suas lutas.

Já dizia o poeta:

“Porque se chamava moço

Também se chamava estrada

Viagem de ventania

Nem se lembra se olhou pra trás

Ao primeiro passo, aço, aço

Aço, aço, aço, aço, aço, aço

Porque se chamavam homens

Também se chamavam sonhos

E sonhos não envelhecem…”

Talvez essa poesia seja a síntese da extraordinária vida de Jerry Abrantes.
Henrique Matthiesen